Monday

A Revolução na Arte

As Banhistas (1899)
Paul Cézanne


Talvez em nenhuma outra época se tenha explorado tão grande diversidade de caminhos na arte e na literatura como entre 1890 e as três primeiras décadas do século XX.
Nesses quarenta anos, não só se rompeu com as regras e conven­ções artísticas e literárias do passado, herdadas do Renascimento, como se ensaiaram inúmeras experiências, cheias de ousadia e de ori­ginalidade. Esta procura de novas formas de expressão era, de certo modo, o reflexo do espírito de rebeldia e das profundas inquietações da época.
Paris tornou-se então a capital cultural da Europa. Ali acorriam artis­tas e escritores de todas as nacionalidades para estarem a par dos movimentos de vanguarda, isto é, das tendências artísticas e literá­rias mais avançadas.

Os primeiros sinais de inovação

O Grito (1893)
Edvard Munch

As primeiras inovações surgiram a partir de 1880-90. Pintores como Munch, Van Gogh, Gauguin e Cézanne introduziram mudanças arrojadas, que estiveram na origem de novas correntes. Van Gogh acentua dramaticamente as formas e as cores, abrindo assim caminho ao expressionismo. Gauguin privilegia a força da cor, anunciando o violento choque que irá ser provocado pelo fauvismo. Quanto a Cézanne, geometriza as formas dos objectos, tornando-se o precursor de uma das maiores rupturas da história da pintura, o cubismo.

As grandes rupturas

Portrait of Picasso (1912)
Juan Gris


Wassily Kandinsky
Composition VIII (1923)


A grande revolução nas artes plásticas dá-se por volta de 1907, com o aparecimento do cubismo e do abstraccionismo.
O cubismo, cujos principais representantes foram Picasso e Braque , destrói por completo a imagem natural das pes­soas e dos objectos: as figuras são decompostas em planos geométri­cos que representam vários ângulos de visão e que se sobrepõem e confundem na superfície do quadro destruindo a tradição herdada desde o Renascimento.
O abstraccionismo, de que Kandinsky foi um dos introdutores, vai ainda mais longe. Deixa de representar figuras concretas (por isso se lhe chama também arte não-figurativa) e torna-se uma simples combinação de linhas, de formas e de cores, abstraídas da realidade. As pinturas abstractas limitam-se a sugerir, quando muito,uma emoção ou um estado de espírito.
A partir destas inovações e desta nova atitude do homem e do artista, a liberdade criativa deixou de ter limites.

Sunday

Da Rússia dos Czares à Rússia dos Sovietes



BREVE RESUMO


 A Rússia nas vésperas da Revolução. O “Domingo Sangrento”



No início do século XX, a Rússia era um extenso império territorial que se encontrava numa situação de atraso em relação às mudanças ocorridas nos países da Europa ocidental, devido a:

uma monarquia absoluta, chefiada por um imperador, o czar, que concentrava em si todos os poderes;

uma sociedade hierarquizada: a Igreja, a Coroa e os aristocratas possuíam a maioria das terras; os camponeses (cerca de 80% da população) trabalhavam nestas terras e viviam numa situação de miséria extrema; os operários (cerca de 3 milhões) levavam uma vida de miséria e a burguesia, minoritária, tinha pouco poder económico e político;

uma agricultura arcaica de pouca produtividade que era, no entanto, a base da vida económica do país;

uma industrialização incipiente, iniciada apenas no final só século XIX. Os principais centros de comércio localizavam-se nas grandes cidades (Baku, Moscovo e São Petersburgo, entre outros) pois não existiam boas vias de comunicação, de maneira a espalhar o comércio pelo país.



A 22 de Janeiro de 1905 (9 de Janeiro pelo antigo calendário em vigor na Rússia nessa época), domingo, realizou-se uma manifestação em São Petersburgo, capital do império, para entregar ao czar no poder, Nicolau II, uma petição assinada por milhares de trabalhadores que reclamavam:

a melhoria das condições de vida;

o fim da censura;

a constituição de um parlamento (Duma).



A guarda do czar, em resposta à manifestação, disparou sobre os manifestantes, matando milhares de trabalhadores. Este dia ficou conhecido como “Domingo Sangrento”. Em consequência, ocorreram várias greves e surgiram conselhos de operários, de camponeses e de soldados (sovietes) que difundiam ideias revolucionárias. Os sovietes eram controlados pelo partido bolchevique, cuja chefia tinha sido confiada a Lenine, em 1903.



Embora o czar tenha prometido a criação de uma Duma, a existência de partidos políticos e de uma constituição, os revolucionários organizaram uma greve geral em Novembro. Como resposta, os sovietes foram ilegalizados e os líderes da oposição, incluindo Lenine, foram presos e exilados. Das promessas do czar apenas se manteve a Duma, entre 1906 e 1917. Mas esta era controlada pelos aristocratas e pelo czar que tinha o poder de a dissolver.

A participação da Rússia na I Guerra Mundial agravou a situação de miséria do seu povo, não só devido ao elevado número de mortos como também à escassez de alimentos e à subida dos preços.




A Revolução “Burguesa” e a Revolução Bolchevique




A crise económica e a agitação social foram aproveitadas pelas forças revolucionárias para divulgar as ideias liberais e socialistas, desencadeando manifestações e greves por todo o país. A 12 de Março (27 de Fevereiro) de 1917, milhares de manifestantes invadiram a sede da Duma (Palácio Tauride) em Petrogrado (São Petersburgo). Formaram-se dois comités: um constituído pelos deputados moderados da Duma e outro constituído pelos sovietes de Petrogrado. Este acontecimento ficou conhecido como Revolução “Burguesa”, Revolução Liberal ou Revolução de Fevereiro.




A 15 (2) de Março, o czarismo chegou ao fim: o czar Nicolau II abdicou e a Duma nomeou um governo provisório. Institui-se um regime liberal parlamentar. Porém, o novo governo começou logo a ser contestado pelo comité dos sovietes. Estes eram contra a intenção do governo de manter a Rússia na I Guerra Mundial e reclamavam a legitimidade para governar. Lenine, já regressado do exílio em Londres, defendia uma revolução que entregasse todo o poder aos sovietes.



De 6 a 8 de Novembro (24 a 26 de Outubro) deu-se a chamada Revolução de Outubro ou Revolução Bolchevique. A 7 de Novembro (25 de Outubro) a polícia militar bolchevique ocupou pontos estratégicos da cidade, prendeu os ministros do governo provisório e dissolveu a Duma. O poder governamental foi entregue, no dia 8 (26) ao Conselho dos Comissários do Povo, liderado por Lenine. Com esta Revolução iniciou-se um período de profundas transformações políticas.



A Rússia transformou-se numa República Soviética, em que os sovietes tinham mais poder que a Assembleia Constituinte, saída das eleições. Entre as medidas que foram tomadas pelo governo bolchevique encontramos:

paz imediata com a Alemanha (Tratado de Brest-Litovsk);

abolição de toda a propriedade privada, como fábricas, terras e minas, que foram nacionalizadas sem o pagamento de indemnizações aos seus proprietários;

requisição pelo Estado das colheitas agrícolas, exceptuando o indispensável para consumo próprio.



Lenine adaptou, assim, as ideias marxistas e adaptou-as à realidade russa, surgindo, assim, o Marxismo-Leninismo. O seu objectivo imediato era a Ditadura do Proletariado, que seria uma fase de transição para o seu objectivo final – o Comunismo. No Comunismo o operariado seria a classe dominante e todo o poder da burguesia (capital, terras e fábricas) seria transferido para o Estado, sendo que este tinha de garantir o bem-estar de toda a população.




Do comunismo de guerra à NEP. A construção da URSS




As medidas tomadas por Lenine conduziram a Rússia a um período de guerra civil (1918-1920) entre os defensores do antigo regime (russos “brancos”), que contavam com o apoio de países como a França, a Grã-Bretanha e os EUA, que receavam a expansão das ideias revolucionárias, e os defensores do actual regime (russos “vermelhos”).



A guerra civil e a forte oposição externa levaram Lenine a radicalizar as suas posições, adoptando um “comunismo de guerra” (1918-1921), tomando várias medidas, tais como:



a proibição de outros partidos políticos, além do Partido Comunista-Bolchevista;

a instauração da censura;

a constituição de uma polícia política – Tcheka;

a perseguição, a prisão, a tortura e a morte dos adversários políticos.



A guerra civil terminou em 1920, com a vitória do Exército Vermelho (russos “vermelhos”) e arruinou o país. O “comunismo de guerra” contribui para aumentar o descontentamento da população, surgindo revoltas, greves e manifestações. Por isso, Lenine implantou a Nova Política Económica (NEP), retornando ao “capitalismo limitado por um tempo limitado”.
Com a NEP, embora o Estado continuasse a controlar os principais sectores da economia, este permitia:

pequenas unidades privadas de produção agrícola e industrial;

a entrada de capitais e técnicos estrangeiros;

alguma liberdade de comércio, como por exemplo, a venda livre de produtos agrícolas.



Com a implementação da NEP, os níveis de produção aumentaram e, consequentemente, permitiu a melhoria das condições de vida da população e estabilidade política.



Em 1922, para atrair os povos que tinham sido anexados à Rússia e que possuíam etnias, línguas, costumes e religiões diferentes para o “espírito bolchevista”, Lenine conseguiu que fosse aprovada a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).


A sua Constituição, aprovada em 1923, estabeleceu a Federação de Estados e reconheceu as diferentes nacionalidades e a diversidade cultural.





 
                                               Daqui  http://historianove.webnode.pt/

Monday

O Estalar da Guerra


 Campo de Batalha em França
 
 

Algum do Armamento usado durante a Grande Guerra

Fábrica de Armamento


Em 28 de Junho de 1914 o arquiduque Fran­cisco Fernando (herdeiro do trono austro-hún­garo) foi assassinado na Bósnia. De imediato, a política de alianças fez deflagrar a 1ª Grande Guerra. Em Agosto de 1914 a Alemanha invadiu a Bélgica e procurou, sem êxito, con­quistar Paris. Os exércitos em confronto - ale­mães de um lado, franceses, ingleses, belgas... do outro - entrincheiraram-se ao longo de uma linha de 800 km, que ia do Mar do Nor­te à Suíça. Até 1918 nenhum deles conseguiu sobrepor-se ao outro.


Sunday

1ª Guerra Mundial - Esquema Conceptual


Os esquemas conceptuais servem de guia e de orientação para o estudo que vais fazer sobre a 1ª Guerra Mundial. Não são a resposta para tudo o que precisas de saber mas ajudam-te a encontrá-la por entre o que te recordas das aulas, os apontamentos que tiraste, o manual por onde estudas e as pesquisas que fazes nos teus passeios com o amigo Google ;)


Visita também:
http://primeiragrandeguerra.blogspot.com/
( é escrito em português do Brasil mas está muito completo)

Colonialismo e Imperialismo




"A política colonial é filha da política industrial"
Jules Ferry (político francês). 1890


Concordas com a opinião de Jules Ferry? Justifica a tua resposta.

Saturday

Teste Intermédio História 2012



CONTEÚDOS



A HERANÇA DO MEDITERRÂNEO ANTIGO
O mundo romano no apogeu do império: O Mediterrâneo Romano nos século I e II; Sociedade e poder imperial; A civilização romana.

EXPANSÃO E MUDANÇA NOS SÉCULOS XV E XVI
- A abertura ao mundo: Rumos da Expansão Portuguesa; A afirmação do expansionismo europeu: os impérios peninsulares; O comércio à escala mundial.
- Os novos valores europeus: O Renascimento e a formação da mentalidade moderna – A arte renascentista; a persistência do gótico em Portugal; O tempo das reformas religiosas.

A EUROPA E O MUNDO NO LIMIAR DO SÉCULO XX
Portugal: da 1.ª República à ditadura militar.

DA GRANDE DEPRESSÃO À II GUERRA MUNDIAL
- Entre a ditadura e a democracia: Os regimes fascistas e nazi; Portugal: a ditadura salazarista.
- A II Guerra Mundial.

DO SEGUNDO APÓS-GUERRA AOS ANOS 80 DO SÉCULO XX
O mundo saído da guerra: Reconstrução e política de blocos.

Sunday

História- Teste Intermédio

O Expansionismo europeu





Reconhecer o carácter diversificado das motivações da expansão europeia.

Referir os conhecimentos que os Europeus tinham de outros continentes e povos.

Explicar as condições (humanas, geográficas, técnicas...) que explicam a prioridade
portuguesa.

Distinguir os interesses dos grupos sociais no arranque da Expansão.

Explicar os motivos da escolha de Ceuta no arranque da Expansão.

Avaliar as consequências da conquista de Ceuta.

Identificar, localizando no tempo e no espaço os principais rumos e etapas da expansão
durante o período henriquino.

Caracterizar a forma de administração dos Arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Explicar a forma de exploração económica dos Arquipélagos.

Reconhecer a importância da descoberta e exploração da Costa Africana.

Demonstrar o significado do arrendamento a Fernão Gomes da descoberta e exploração
da Costa Africana.

Caracterizar, de forma elementar, as Civilizações de África, no século XV.

Relacionar as formas de ocupação e exploração económica implementadas por Portugal
em África, com a especificidade dessa região.

Avaliar as repercussões que sobre estas civilizações teve o expansionismo português.

Demonstrar a clarificação operada no reinado de D. João II no que se refere aos objectivos
da expansão.

Relacionar estes objectivos com a estratégia ibérica de partilha do espaço mundial.

Explicar os tratados de Alcáçovas e de Tordesilhas no contexto da rivalidade e da
supremacia dos Estado Ibéricos.

Explicar a importância da descoberta do caminho marítimo para a Índia.

Caracterizar, de forma elementar, as civilizações asiáticas no século XV.

Relacionar as formas de ocupação e exploração económica implementadas por Portugal na Ásia,
com a especificidade dessa região.

Descrever as circunstâncias da descoberta do Brasil.

Identificar as formas de administração aplicadas no Brasil, ao longo do século XVI.

Identificar as civilizações ameríndias.

Identificar as características fundamentais da conquista e da ocupação espanholas na América
Central e do Sul.

Localizar as principais rotas do comércio marítimo mundial no século XVI.

Integrar as novas rotas do comércio intercontinental no contexto do grande comércio europeu.

Indicar os principais produtos transaccionados no século XVI.

Demonstrar a importância dos principais centros distribuidores de produtos ultramarinos (Lisboa,
Sevilha, Antuérpia, Repúblicas Italianas).

Descrever as mudanças provocadas na vida das populações em consequência da circulação de
novos produtos.

Avaliar a importância e o impacto das viagens marítimas do século XVI, no encontro de culturas.

Inferir as consequências resultantes do encontro de culturas.

EXPANSÃO E MUDANÇA NOS SÉCULOS XV E XVI

Wednesday

Objectivos de Aprendizagem




1. Descrever o clima de «paz armada» que precedeu o início da 2ª Guerra Mundial.

2. Relacionar a 2ª Guerra Mundial com o expansionismo agressivo da ditadura nazi.

3. Caracterizar as diferentes fases da guerra.

4. Destacar a acção da resistência na luta contra o domínio nazi sobre a Europa.

5. Referir os principais acontecimentos que mudaram os destinos da guerra a partir de 1941.

6. Mostrar a importância do desembarque na Normandia para a evolução da guerra.

7. Explicar de que forma terminou a guerra no Pacífico.

8. Reconhecer o desrespeito dos nazis pelos direitos humanos.

9. Avaliar os custos humanos e materiais da guerra.

10. Avaliar o significado da utilização da bomba atómica.

11. Identificar as principais alterações provocadas pela guerra no mapa político da Europa e do Médio Oriente.

12. Explicar os objectivos que presidiram à criação da O.N.U. no final da guerra.

13. Descrever as atribuições das principais instituições especializadas da O.N.U.

Monday

Conceitos Básicos

Comunismo
Segundo a definição de Lenine, o «comunismo é a fase superior do desenvolvi­mento do socialismo, quando os homens traba­lham por necessidade de trabalhar para o bem comum». O comunismo atingir-se-á quando desaparecerem por completo as classes sociais e, como afirma Karl Marx, «quando tiver desa­parecido a subordinação escravizadora dos indi­víduos à divisão do trabalho».
Até ao presente não houve ainda nenhuma sociedade que tivesse atingido essa fase.

Marxismo-Leninismo
Interpretação do marxismo por Lenine e, a partir de 1917, a sua aplicação à realidade da Rússia, com a instauração da dita­dura do proletariado, representado pelo Partido Comunista, e a transformação da Rússia em União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.).

Ditadura do Proletariado
Segundo os seguidores do marxismo-leninismo, é a forma assumida pelo Estado no período de transição entre a sociedade capitalista e o comunismo.
Marx e Engels, no «Manifesto do Partido Comunista» (1848), esboçam o conceito de ditadura do proletariado nestes termos: «O primeiro passo na revolução operária é a transformação do proletariado em classe dominante, a con­quista da democracia. O proletariado utilizará o seu domínio político para arrancar gradual­mente à burguesia todo o capital, para centrali­zar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado...».

Bolchevique (do russo bolchevik, que significa maio­ria)
A maioria que, depois da revolução de Outubro de 1917, na Rússia, dominou o partido social-democrata (socialista) que dirigia o país no sentido mais revolucionário (da ditadura do proletariado) propugnado por Lenine. Daí o chamar-se bolcheviks (bolchevistas) aos socia­listas-comunistas leninistas, seguidamente a todos os comunistas, e bolchevismo passar a sinónimo de comunismo. (Por oposição desig­navam-se mencheviques os elementos mais moderados do partido, mas que constituíam a minoria.)

Nacionalização
Transferência forçada, mas legal, da propriedade de empresas privadas, que passam a constituir empresas públicas, mediante (ou não) indemnização. É uma providência de carácter socialista ou socializante.

Petição ao czar

Senhor! Nós, operários de Sampeters­burgo, as nossas mulheres, filhos e anciãos inválidos, viemos aqui ( em frente ao palácio do czar) a fim de pedir justiça e protecção. Esta­mos na miséria, sobrecarregados de trabalho e de impostos excessivos, tratados como escravos (...)
Os patrões consideram ilegal o nosso desejo de diminuir o horário de trabalho para oito horas diárias, de ajustar os salários, de melhorar as condições de trabalho. Segundo os patrões, tudo é ilegal e as nossas petições um crime.
(Petições dirigidas ao czar, 22 de Janeiro de 1905)